11 de julho de 2011

CALLADO: O Pai do Choro!


Joquim Antônio da Silva Callado Jr.
(11/07/1848 - 20/03/1880)

Hoje, o flautista Joaquim Callado, o então conhecido "Pai do Choro" estaria completando 163 anos de idade, e como estou lançando meu worshop "A Flauta no Choro: Uma viagem brasileira em notas transversais" considerei um momento bastante plausivel e oportuno para divulgar e compartilhar com vocês que visitam meu blog, um pouco sobre o workshop bem como os pilares da flauta brasileira os quais ostentam este trabalho.

Segundo Toninho Carrasqueira em seu ensaio "A flauta brasileira", Callado Flautista prodigioso, e o músico mais popular de seu tempo. Criou o conjunto Choro Carioca, o primeiro com a formação instrumental básica do choro: flauta, dois violões e cavaquinho. Começou a estudar música com o pai e aos oito anos de idade teve, durante pouco tempo, aulas de música com Henrique Alves de Mesquita, antes da viagem do maestro à França. Tornou-se profissional desde cedo tocando peças eruditas e músicas dançantes em bailes e festas familiares. Seus companheiros de choro foram Silveira, Viriato Figueira, Luizinho, Juca Valle e outros.
O primeiro sucesso de Callado foi a polca Querida por Todos, dedicada a sua amiga Chiquinha Gonzaga. Em 1873, Callado apresentou pela primeira vez um lundu como peça de concerto, intitulado Lundu Característico.
A polca Cruzes, Minha Prima!, publicada em 1875, também foi um de seus grandes sucessos, chegando a ser citada pelo romancista Lima Barreto em Clara dos Anjos: "Os velhos do Rio de Janeiro, ainda hoje se lembram do famoso Callado e das suas polcas, uma das quais, Cruzes, Minha Prima!, é uma lembrança emocionante para os cariocas que estão a roçar pelos setenta". Foi professor de flauta do Imperial Conservatório de Música (cujo prédio hoje abriga o Centro Cultural Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro). Em 1879, recebeu de D. Pedro II a mais alta condecoração do Império: a Ordem da Rosa, como comendador, junto com os demais professores do Conservatório. Em 2002, foi lançada pela gravadora Acari Records uma caixa comemorativa com 5 CDs contendo a obra remanescente de Joaquim Callado (66 músicas), gravada por diversos artistas de choro de todo o Brasil.
A novidade de sua música, que nascia com características brasileiras, traduz uma época, a do Brasil, sobretudo do Rio de Janeiro, pós-guerra do Paraguai, quando o país passava por profundas transformações sociais e a sociedade se amalgamava, reformulava conceitos, criando uma identidade nova e própria. Vários escravos voltaram da frente de batalha como heróis, condecorados pela coroa. Par e passo com seu meio ambiente, com o contexto histórico em que vivia, Callado tornou-se ator dessa história .
Com sua sensibilidade e criatividade contribuiu decisivamente para o nascimento de uma música que traduzisse o gesto, a alma, o jeito daquele povo que nascia. Teve como mestre e contemporâneo, outro grande criador-iniciador desta linguagem musical brasileira, Henrique Alves de Mesquita.

Existem muitas páginas na internet que falam sobre Callado, por isso decidi citar apenas a colocação do flautista Toninho Carrasqueira por sintetizar em essencia o perfil do grande flautista que foi Joaquim Antônio da Silva Callado.
Parabéns Callado, foram aproximadamente 32 anos fazendo história, e 131 anos contribuindo para a história do choro e da flauta! Obrigado!

Um grande Abraço,
Del Lima Jr.

Obra completa:

Adelaide, quadrilha, s.d.; Ai, que gozos, polca, s.d.; ; Aurora, quadrilha, s.d.; Capricho característico, polca, s.d.; Carnaval de 1867, quadrilha, 1867; Celeste, polca, s.d.; Choro, s.d.; As cinco deusas, quadrilha, s.d.; Como é bom, polca, 1875; Como é bom o que é bom!, quadrilha, s.d.; Conceição, polca, s.d.; Consoladora, polca, s.d.; Cruzes, minha prima!, polca, 1875; A dengosa, polca, s.d.; A desejada, polca, 1880; Ermelinda, polca, s.d.; Ernestina, polca, s.d.; Familia Meyer, quadrilha, s.d.; Fantasia para flauta, choro, s.d.; Flor amorosa (com versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, 1880; As flores do coração, quadrilha, s.d.; Florinda, polca, s.d.; Hermenêutica, valsa, s.d.; Honorata, polca, s.d.; Imã, polca, 1873; Improviso, polca, s.d.; Isabel, polca, s.d.; Laudelina, quadrilha, s.d.; Lembrança do cais da Glória, polca, s.d.; Linguagem do coração, polca, 1872; Lírio fanado, recitativo, 1882; Lundu característico, 1873; Manuela, quadrilha, s.d.; Manuelita, quadrilha, s.d.; Maria, polca, s.d.; Maria Carlota, polca, s.d.; Mariquinhas, polca, s.d.; Mimosa, quadrilha, s.d.; Não digo, polca, s.d.; Uma noite de folia, quadrilha, s.d.; O que é bom, é bom!, quadrilha, s.d.; Olhos de Ana, polca, s.d.; Pagodeira, polca, s.d.; Pagodeira, quadrilha, s.d.; Perigosa, polca, s.d.; Perigoso, choro, s.d.; Polca em dó maior, s.d.; Polucena, polca, s.d.; Puladora, polca, s.d.; Quem tocar, toca sempre, polca, s.d.; Querida por todos, polca, 1869; O regresso de Chico Trigueira, polca, s.d.; Rosinha, polca, s.d.; Salomé, polca, s.d.; Saturnina, quadrilha, s.d.; Saudade do cais da Glória, polca, s.d.; Saudades de Inhaúma, quadrilha, s.d.; Saudosa, polca, s.d.; A sedutora, polca, s.d.; Sete de novembro, polca, s.d.; Sousinha, quadrilha, 1869; Suspiro, quadrilha, s.d.; Suspiros de uma donzela, quadrilha, s.d.; Último suspiro, polca, s.d.; União comercial, polca, s.d.; Valsa, s.d.; Vinte e Um de Agosto, polca, s.d.; Vinte e Um de Junho, polca, s.d.
http://ensaios.musicodobrasil.com.br/toninhocarrasqueira-flautabrasileira.htm

Nenhum comentário: